Olá pessoas!!!
Em primeiro lugar gostaria de agradecer os acessos e os recados. Como eu já disse anteriormente, não sei de tudo. Na medida do possível, respondo o que sei. Obrigada mesmo.
Só para lembrar, eu já postei aqui, mas lembrar não custa nada, eu não possuo mais a chinesinha. As minhas respostas estão sendo no “achômetro”. Mesmo assim, se eu pudera ajudar, ficarei satisfeita.
O “post” de hoje na verdade deveria se chamar “A epopéia de novembro”, mas preferi chamar de lembrança. Aliás, estou devendo a mim mesma esse “post” a um bom tempo. Sempre ensaiei fazê-lo, bati as fotos, mas não tinha coragem (ou faltava tempo). Mas vamos lá para a saga:
Estava eu na minha casa, com minhas costurinhas, bem tranqüila, preparando-me para as férias de dezembro no Rio quando, mais que de repente, o telefone toca. Era uma pessoa que eu nunca falara antes, dizendo que tinha sido recomendada a procurar-me, ela queria que eu fizesse uns figurinos (oi??), para apresentação de fim de ano do Ballet de sua Academia. Me vi um pouco reticente, pois nunca tinha feito este tipo de trabalho, mesmo assim, quase sem ânimo, resolvi marcar um encontro com ela para ver do que se tratava.
Para a minha surpresa (e temor), não se tratava de uma simples academia, era um troço gigantesco e o espetáculo que eles estavam ensaiando era algo em torno de mais de 100 pessoas e ainda mais, quando eu olhava para as paredes e galerias da academia via diversos prêmios que a Companhia dela havia ganhado no Brasil inteiro e até em outros países. Daí eu fiquei com um misto de medo e desafio. Não tinha noção de quanto cobrar, nem do que eu faria, mas confesso que fiquei tentada era desafiador demais, a adrenalina tomou conta do meu cérebro... uiii!!! rsrsrs
Sentamos, conversamos ela me falou o que queria, disse que tinha outras pessoas trabalhando para ela e que se eu topasse, ficaria com as roupas das crianças entre 3 e 5 anos. O valor não foi lá essas coisas, mais o desafio falou mais alto. Topei. Foram vinte e uma (21) roupas. Sendo dezesseis (16) deles uns "Tutu" nunca pensei em fazer um troço desses), e cinco (5) vestidos de Mosqueteira. E um agravante: faltava pouco menos de um (1) mês para o espetáculo.
Cheguei em casa, reuni a tropa e disse: esqueçam de mim por esses dias. Ao marido disse: -os filhos são só teus. A filha disse: - A casa é tua e não me pertube. Ao meu filho (6 anos) disse: -perdoe a mamãe. E, mãos a obra.
Primeiro passo: o material
Nunca tinha visto tanta coisa junta na minha curta vida de costura. Era todo tipo de tecido e adereços. Senti-me a verdadeira estilista de escola de samba. Era rolo de Tule, Filó, Organza, Seda , etc, etc, etc... conforme vocês podem ver na foto abaixo.
Dia um. Agora, o ponta pé inicial, não sabia por onde começar... tomar medida das meninas, fazer moldes, cortar, costurar, MEDOOO e, costura de novo; corta novamente, e a noite passa, crianças dormem, marido faz companhia, e a madrugada entra.... Meu Deus! De um simples desenho em um rascunho de agenda, fazer os figurinos.
Segundo dia e nada de concreto. Continuemos. Adoro desafios, já disse. E de novo, tesoura, papel, paciência, linha para todos os lados, muitos pedaços de panos.... E, nesse momento, o medo já era maior que o desafio.
Agora, neste estágio, o meu atelier, que é um quartinho no meu apartamento que originalmente foi feito para empregada (só que eu sou minha própria empregada, então reivindiquei o quarto para meu atelier), já era pequeno. Daí a casa toda virou atelier. Corta tecido na mesa, amontoa nos sofás, acessórios em cima das cadeiras, em suma, até minha cama tinha pedaços de tecidos que serviria para alguma coisa.
O tal do “Tutu”, tinha que ficar na posição horizontal, mesmo sendo usado na vertical, pode isso? Pensei, meu Deus, isso vai armar (é assim que se fala)! Ela me veio cheia de termos técnicos, coisas que eu nunca tinha ouvido falar (pelo menos em costura), para o Tutu tinha que fazer uma bandeja de filó, eram 12 metros de filó com 15 cm de largura, franzido até virar uma bandeja mesmo, isso foi extremamente cansativo, o troço vai ficando pesado... sinceramente indescritível... Pior, eram dezesseis (16) desses. E cada um, além dessa bandeja ainda tinha seis saias de tules franzidas, cada uma com 12 m de comprimento. Imagine remendar tudo isso e ainda franzir. Jesus!! E esta saia tinha que ser presa em alguma coisa, certo??? Então, ai entrava os Bodys (collant), de tafetá, com forro interno e externo, esse, de um tule bordado LINDO!!! Acompanhe as fotos...